A maior máquina de soldar do mundo utilizada pela NASA
4 de outubro de 2018É lançado complexo de inovação em sistemas elétricos pelo SENAI
16 de outubro de 2018No último painel do Congresso Aço Brasil 2018, presidentes de algumas da maiores empresas do setor projetaram o futuro da atividade no país
O Congresso Aço Brasil 2018 chegou ao fim nesta quarta-feira (22) no Hotel Transamérica, em São Paulo, com uma discussão sobre quais são os principais desafios que o setor siderúrgico encontra hoje. Participaram do debate os CEO’s de algumas das principais empresas do setor no país. Todos eles concordaram que a inovação é, ao mesmo tempo, um grande desafio e uma enorme oportunidade para as empresas modernizarem sua operação e ganharem mais competitividade nacional e internacionalmente.
O presidente-executivo do Instituto Aço Brasil, Marco Polo de Mello Lopes, lembrou que o setor está saindo de uma das piores crises da sua história, ilustrada por uma queda de 30% em vendas internas e consumo entre 2013 e 2017. “O ano de 2018 começou bem, mas foi impactado pela greve dos caminhoneiros em maio. Mesmo assim, a expectativa é de crescimento”. Para ele, o setor deve se empenhar em voltar a operar com mais de 80% de capacidade. Atualmente, este número está em 68%.
Segundo Gustavo Werneck, diretor-presidente da Gerdau, a indústria no Brasil não precisa de incentivos nem benefícios, e sim de isonomia competitiva e condições igualitárias de concorrência. Isso passa pelo aprimoramento de fatores externos, como a complexidade tributária. “A Gerdau América do Norte possui sete colaboradores encarregados da área tributária. No Brasil, este número de profissionais é de 122”. Outra questão a ser resolvida também é o custo médio da energia, que está em US$ 120 por tonelada aqui, enquanto que nos EUA é de US$ 70.
Mas, de acordo com Werneck, é preciso se preocupar com os fatores internos de cada empresa – e a inovação surge como uma necessidade para as operações. “A partir de 2020, viveremos a era pós-digital, o que implica no fortalecimento de pilares que já empregamos hoje, como a difusão de tecnologia e o uso de inteligência artificial, dados e analytics. “Utilizamos novas maneiras de trabalhar e novos comportamentos, como o uso de uma metodologia ágil, foco no cliente e interação com o ecossistema tecnológico”.
Outro que mostrou otimismo com o futuro foi o CEO da Ternium, Marcelo Chara. Ele lembrou que a participação da indústria em geral no PIB brasileiro caiu 29% nos últimos 10 anos, respondendo hoje por somente 11,8% do valor total do que é produzido no país. “Acreditamos que o Brasil tem um potencial enorme e que é possível a recuperação se trabalharmos em conjunto. Devemos lembrar que, embora a indústria chinesa responda por 34% do PIB daquele país, o mesmo índice na economia dos EUA é de 14%”
Para Chara, as grandes oportunidades de competitividade passam pela melhoria da cadeia de valor, geração de eficiência por meio da indústria 4.0 e inovações voltadas para a atividade, como foi feito no Centro Industrial da Ternium, no Rio de Janeiro.
Já para o CEO da ArcelorMittal Aços Longos Américas Central, do Sul e Caribe e também conselheiro do Aço Brasil, Jefferson de Paula, o mundo tecnológico muda muito, o que afeta profundamente os negócios da empresa. Concordando que o país precisa de políticas de estado de longo prazo, o que envolve também o marco jurídico e a inovação, o executivo destacou a inovação como um dos fatores essenciais para aproveitar as oportunidades que o mercado oferece. Nós acreditamos no aço, na empresa e no Brasil. Mesmo com a crise que houve no mercado nos últimos anos, continuamos investindo mais de R$ 1 bilhão por ano no país”.
O executivo mencionou que a empresa vem priorizando o foco no cliente e ferramentas de inovação, como o fomento ao ecossistema competitivo por meio de parcerias com startups, entidades de classe, universidades e fornecedores. Como exemplo de produto inovador citou o tênis Nike Air Jordan Future, feito com fibras de aço. “O aço constrói o futuro e o futuro do aço não tem limites, completou.
Encerramento
O novo presidente do Conselho Diretor do Aço Brasil, Sergio Leite de Andrade (Usiminas) fez o encerramento oficial do Congresso Aço Brasil 2018, com balanço de importantes reflexões abordadas no evento e otimismo para as perspectivas futuras.
Fonte: CIMM (26/08/2018)